Um dia, na "Hora Espanhola", uma taberna bem flamenga ali para a Calçada Marquês de Abrantes, descobri a "mojama" petisco huelvense (também de Cadiz e de Almeria) que me levou ao céu.
Uma semana depois, encontrei à venda na minha Mercearia favorita a muxama nacional, que é produzida há séculos no mui português Algarve (as Conservas Dâmaso produzem-na industrialmente em Vila Real de Santo António).
E o que é a muxama? Um manjar dos mortais. Lombos de atum preservados primeiro em sal e secos seguidamente ao quente ar da região (agora, com a UE em cima, secos em câmaras especiais). Servidos em fatias finíssimas, untadas de azeite e acompanhadas de um pão de trigo de forno não-industrial. Absolutamente soberbo.
Não é à toa que lhe chamam o presunto do mar. Pata Negra. Ou Parma.
(Em Lisboa, a Mercearia Criativa tem-a à venda)
É presença recorrente em qualquer bom restaurante algarvio. E dizendo bom, não quero dizer caro. A má notícia é que o atum utilizado nas Conservas Dâmaso é comprado a pescadores galegos. Já vi e li reportagens onde os responsáveis da empresa admitem isso mesmo. Portanto de português só mesmo a conserva...
ResponderEliminarO peixe, que não tem nacionalidade, é forçosamente idêntico ao pescado em Portugal, porém com uma industria pesqueira em crise, ir comprar a espanhóis... decida!
E compram aos espanhois porquê? Nós temos? Está mal... Não temos? Ainda pior...
ResponderEliminarSegundo este artigo - http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=22928&tnid=2
ResponderEliminaro atum importado aos galegos é menor e diferente do atum azul que passa nos mares algarvios. E este já não é "criado" e pescado por empresas nacionais; a única empresa que o faz, presente no país é de capitais japoneses e exporta a totalidade da pesca para o país do Sol nascente.
Parece que, mesmo que quisesse comprar português, a empresa não o conseguiria...