domingo, 15 de agosto de 2010

Restaurante da Associação Regional de Vela do Centro, Lisboa

Eis um dos bons sítios de Lisboa para degustar bom peixe. Ali, junto à doca de Belém, face ao rio, num dos antigos pavilhões "provisórios" da Exposição do Mundo Português (1943! E viva a perenidade da provisoriedade!)


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Entra-se e, ao subir, é-se confrontado com esse passado duplo, da comemoração e dos feitos,


A sala que nos interessa é uma marquise protegida por toldos, normalmente ocupada por quadros empresariais que aproveitam o almoço para reuniões de negócios ou para uma pausa do stress.


A vista para o rio embala a doçura de uma refeição piscícola (para comer carne vá-se a outro lado...), ainda que a sujidade das janelas deixa metade do lado de fora...


Há sempre umas entradas. Com tanta coisa boa a poder ser preparada a partir dos frutos que o mar nos traz, não percebo o que é que o queijo lá está a fazer - meia-desfeita, camarões de piri-piri, muxama de atum... A culpa é nossa, clientes, que engolimos o que nos põem à frente... Falta de exigência, falta de imaginação, falta de nos querermos superar... Os mexilhões não os provei, aquela aparência de estarem à espera do comensal desde a madrugada não me convenceu. O polvo, esse, estava razoável.


E confesso: apesar de lá me deslocar para degustar um belo exemplar grelhado, não resisti ao apelo dos Joaquinzinhos. E estes estavam no ponto e no tamanho certo (tamanho certo é aquele em que as espinhas não se fazem sentir no palato e o peixe cabe todo numa só dentada) e o arroz de tomate saborosíssimo.


Os filetes de polvo vieram por distracção do empregado que os ouviu em lugar dos pedidos filetes de peixe-galo com arroz de ovas (mais uma concessão à gulodice...) - um ponto negativo para o serviço que, posto perante a chamada de atenção, começou por insistir na sua razão. No entanto, os filetes tinham um ar tão bom que ficaram... Nota positiva para o pitoresco do tacho logo suplantada pela negatividade do mesmo continuar a cozer o arroz. O que fica para uma segunda rodada aproxima-se rapidamente de uma massa agregada de grânulos, totalmente desgostante. Façam lá a peça mais "malandrinha" (que já não vinha muita) e arranjem umas terrinas de loiça...





Eu sei, culpa minha por ir à procura de grelhados e ter deixado tentar pelos fritos...

Apesar da debacle, nota bem positiva para o espaço. Vão e experimentem o peixe que houver, sejam exigentes no acompanhamento e disfrutem a tarde. Vão ver que não dão o tempo por perdido.

2 comentários:

  1. Hilton Fernando Losant Macedo19 de outubro de 2011 às 04:30

    Eu estive aqui, no niver deste excelente anfitrião e conferi a maravilhosa cozinha....
    O cherne, as almeijoas, o mexilhão e o excelente vinho... a visão do velho Tejo.
    Tudo perfeito, a começar pelas pessoas a mesa.

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  2. fui lá uma vez, gostei do espaço, da vista e da comida, mas não gostei nada do serviço (demasiada familiariadade e excesso de intervenção)

    Filomena

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