Em Lisboa, na esquina das Avenidas 5 de Outubro e João Crisóstomo, um pequeno café vende uns muitíssimo aceitáveis rissois de leitão.
Rejeitando o formato tradicional de meia-lua, são triangulares com pelo menos mais 50% do tamanho que o hábito estandartizou. Custam 1,10€.
Já sabeis, vós ó trabalhadores da zona das Avenidas Novas: é parar lá de manhãzinha e abastecer para a meia jornada da manhã.
Se os quiserem fazer em casa, estejam à vontade (eu sei que não querem, ai e o trabalho e tal e a falta de tempo nhanhanha... by the way, faz-se catering para os muito desesperados...), aqui vai uma hipótese de receita, (inspirada aqui):
Ingredientes
1,5 dl de água ; 1 dl de leite ; 1 casca de limão ; sal ; 50 g de margarina ; 300 g de farinha
Recheio:
300 g de leitão ; 3 colheres de sopa de molho de leitão ; 1 cebola ; 50 g de margarina ; 1 colher de sopa (cheia) de farinha ; sumo de limão ; 1 colher de sopa de coentros picados ; 2 ovos ; pão ralado ; óleo
Preparação:
Vá comprar o leitão. Aconselha-se vivamente uma ida à Bairrada, onde poderá experimentar as várias propostas da região até encontrar a maneira preferida de preparar o bacorinho. Reserve um para o dia seguinte (acredito que não estará em condições para viajar...), encontre um bom hotel e descanse. Se não quiser ir tão longe, não vá também a Negrais que não vale a pena. Para isso tem uma série de locais na capital onde encontrará uma espécie de variante pobrezinha dos monumentos bairradinos. Um bom compromisso é dar um pulo ao Restaurante Marquês de Palma (R José Afonso 4-B, cruzamento com a Estrada da Luz) que tem forno e assadura próprios que originam honestos exemplares. Traga molho! Se tiver de se esquecer de alguma coisa, opte pela cara metade, pelo cartão do clube ou, em desespero, pelo leitão. O molho é que não (com um "pão da avó" dão umas sandes de lamber os beiços (sim, ficam mesmo a precisar de ser lambidos))!
Pronto. Já está em casa, em pulgas para começar (imagino, depois da prova do leitão...). Comece então pela massa - leve a água e o leite ao lume com a casca de limão, uma pitada de sal e a margarina. Quando ferver apague o lume, retire a casca de limão e junte, de uma só vez, a farinha, mexendo energicamente com uma colher de pau, até a massa se despegar das paredes do tacho e formar uma bola. Boa sorte com as dores nos ombros. Coloque a massa sobre a pedra da mesa e amasse com os punhos até arrefecer um pouco. Tape com um pano. Se não estiver com paciência para este trabalho, salte esta parte e faça uma sande de leitão tipo arranha-céus como aquelas que se compram na área de serviço da Mealhada da A1. E vá molhando no molho.
Se dispensou a sande, então é a vez de preparar o recheio. Junte o molho do leitão com 2,5 dl de agua e leve ao lume até ferver. Reserve (está a ver como o molho ia ser preciso...?).
Despeça-se com saudade do leitão e desfie-o, pique finamente a cebola e leve a alourar no azeite com uma pouca de água para cozer antes de fritar. Quando a cebola começar a alourar, junte o leitão e polvilhe com a farinha. Mexa e regue com 2,5 dl do caldo do molho do leitão . Deixe engrossar, mexendo. Tempere com um pouco de sumo de limão e rectifique o sal. Adicione os coentros picados e misture bem.
Pronto, isto foi a nota técnica, agora vem a parte artística. Estenda a massa com a ajuda do rolo e de um pouco de farinha. Corte-a em quadrados, disponha um pouco de recheio no centro e dobre ao meio. Passe os rissóis pelos ovos batidos e, em seguida, por pão ralado e frite em óleo quente. Olho vivo e atenção porque eles vão querer mudar do douradinho para o irreparavelmente queimado precisamente quando estiver a olhar para o lado. Escorra sobre papel absorvente. Voilá!.
Passei por lá hoje. Continuam muito bons - não os afectou o aumento de afluência ditado por este post.
ResponderEliminar