Este é o nome ideal para responder aos puristas que vierem dizer que o Bulhão Pato não fez nada disto. Pois claro que não fez. O autor foi o Balhão Puto, notável gastrónomo do século passado, que legou aos amigos um acervo largo de criações, infelizmente desconhecidas do grande público por inércia de editores reticentes e jornalistas desinteressados.
O prato foi elaborado pela primeira vez num Domingo de canícula em que uma roda de amigos discutia os malefícios de peixe e marisco congelados. Balhão retirou-se para a cozinha e só voltou com este fumegante arroz que muitos consideraram a prova de que só com elementos frescos se faz boa cozinha. "Fresco mais fresco não há", comentou no fim do tacho o Balhão, "estes estavam a dois graus..."
1. Comece-se então por colocar 1 cebola em rodelas, meio ramo de coentros, 4 dentes de alho picados e 300 gr de berbigão congelado num tacho com água.
Deixar ferver durante meia-hora em lume baixo. Fica assim feito o caldo para o arroz.
2. Temperem-se 2 postas de tamboril congelado,
com colorau, louro, sal e pimenta e tomilho-limão em pó (este é mais difícil de arranjar, eu sei, mas basta pedir com jeitinho à MC que eles hão-de providenciar).
3. Faça-se um refogado com 1 cebola em azeite e uma pouca de água (já sabe, para cozer antes de fritar)
4. Quando a cebola estiver, acrescente-se o tamboril cortado em pedaços,
5. Quando bem impregnadas da gordura, acrescente-se o arroz basmati . Em água morna, repousem-se uns filamentos de açafrão durante 10 minutos; junte-se ao arroz.
6. Acrescente-se o caldo entretanto apurado numa proporção de 3,5 medidas de caldo para 1 de arroz. Rectifiquem-se os temperos. Ferva-se com atenção até se sentir o arroz próximo do ideal. Retire-se e corra-se para a mesa. Com ele.
NOTA. Manda a decência que se cozinhem os arrozes "malandrinhos" com arroz carolino. Ora o Balhão, por inventivo que era, tinha uma questão com o carolino - saia-lhe sempre empapado. Perdoe-se-lhe esta aleivosia - este malandreco com basmati é um mimo.
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