Esta é uma história com um começo - nestes dias de muita agitação palavrosa e pouca acção eficaz - politicamente incorrecto: uma situação de desemprego que gerou uma oportunidade de negócio.
Esta é também uma história com um começo politicamente correcto: a Teresa que um dia disse à Vanda, "eu tenho um sonho" e a Vanda que respondeu "eu também".
Acrescento. Perante o resultado, estes começos acabam por ser notas de rodapé, interessantes para ambientar o leitor mas muito pouco importantes para o essencial.
O essencial? Bom, o essencial são os bolos divinos que as Amigas & Companhia produzem para o sétimo céu de gulosos, lambareiros e demais alegres possuidores de um (ou vários) sweet tooth. Sétimo céu que se alarga aos restantes mortais (como o presente cronista) que se debrucem com seriedade sobre estas verdadeiras obras de caridade sensorial.
Em primeiro lugar - porque sim, porque me cativaram, porque são um torpedo que vimos vir direito a nós sem esboçarmos uma reacção que não seja cumprir o desejo de sermos atingidos pelo seu rico sabor plasmado na apelativa apresentação - as Pavlova.
Homenagem down under (australiana ou neozelandesa, eles ainda não chegaram a consenso) à grande artista russa, o bolo é uma contínua provocação, com a alternância de texturas - o rugoso do merengue exterior, a suavidade das natas, o crocante do nougat -, à imagem das bailarinas que conjugam graciosidade, força física e agilidade. Originalmente merengue (não exactamente o merengue tradicional, antes um merengue duro e crocante no exterior mas macio interiormente), natas e frutos vermelhos, às Amigas ficou reservado (para além do original, com morangos) o prazer da sua recriação em propostas que se vão sobrepondo pelo prazer que proporcionam.
Natas e doce de ovos, verdadeiramente de comer e chorar (implorar também serve) por mais.
Natas e mousse de chocolate, uma lambareirice sem fim à vista.
Mas há mais. As pinhoadas, aterrisagem suave dos adoçados pinhões numa finíssima placa de massa, o doce tradicional da Alcácer do Sal em versão de tarte, muito boa, oh muito boa.
E uma tarde de requeijão de ovelha de uma suavidade etérea,
a que se junta um doce de calda de abóbora que é a perfeita companhia, porque é discreto mas presente, suave mas assertivo, leve, leve que só se deseja levá-lo na mala como aquele homem muito brasa que a Gabriela Schaaf desejava há mais anos que me interessa contabilizar.
E um bolo de chocolate que tenta e não engana.
E um doce de maracujá que é uma proibição... porque o aroma entranha-se de tal maneira que se é obrigado a provar e comer tudo até limpar o fundo do frasco com a beirinha do indicador.
E cheesecakes vários, brownies, um bolo rico de noz sem farinha mas com doce de ovos, um bolo de dama (de amêndoa) e doces conventuais. E mais o que a imaginação das duas concatenar a partir dos ingredientes e das ideias sempre à solta naquela cozinha a reluzir de nova.
Esta é também uma história com um começo politicamente correcto: a Teresa que um dia disse à Vanda, "eu tenho um sonho" e a Vanda que respondeu "eu também".
Acrescento. Perante o resultado, estes começos acabam por ser notas de rodapé, interessantes para ambientar o leitor mas muito pouco importantes para o essencial.
O essencial? Bom, o essencial são os bolos divinos que as Amigas & Companhia produzem para o sétimo céu de gulosos, lambareiros e demais alegres possuidores de um (ou vários) sweet tooth. Sétimo céu que se alarga aos restantes mortais (como o presente cronista) que se debrucem com seriedade sobre estas verdadeiras obras de caridade sensorial.
Em primeiro lugar - porque sim, porque me cativaram, porque são um torpedo que vimos vir direito a nós sem esboçarmos uma reacção que não seja cumprir o desejo de sermos atingidos pelo seu rico sabor plasmado na apelativa apresentação - as Pavlova.
Homenagem down under (australiana ou neozelandesa, eles ainda não chegaram a consenso) à grande artista russa, o bolo é uma contínua provocação, com a alternância de texturas - o rugoso do merengue exterior, a suavidade das natas, o crocante do nougat -, à imagem das bailarinas que conjugam graciosidade, força física e agilidade. Originalmente merengue (não exactamente o merengue tradicional, antes um merengue duro e crocante no exterior mas macio interiormente), natas e frutos vermelhos, às Amigas ficou reservado (para além do original, com morangos) o prazer da sua recriação em propostas que se vão sobrepondo pelo prazer que proporcionam.
Natas e doce de ovos, verdadeiramente de comer e chorar (implorar também serve) por mais.
Natas e mousse de chocolate, uma lambareirice sem fim à vista.
Mas há mais. As pinhoadas, aterrisagem suave dos adoçados pinhões numa finíssima placa de massa, o doce tradicional da Alcácer do Sal em versão de tarte, muito boa, oh muito boa.
E uma tarde de requeijão de ovelha de uma suavidade etérea,
a que se junta um doce de calda de abóbora que é a perfeita companhia, porque é discreto mas presente, suave mas assertivo, leve, leve que só se deseja levá-lo na mala como aquele homem muito brasa que a Gabriela Schaaf desejava há mais anos que me interessa contabilizar.
E um bolo de chocolate que tenta e não engana.
E um doce de maracujá que é uma proibição... porque o aroma entranha-se de tal maneira que se é obrigado a provar e comer tudo até limpar o fundo do frasco com a beirinha do indicador.
Neófitas de longa mareagem, a Teresa e a Vanda, Amigas de Companhia, grandes Amigas.
"A paixão pelos sabores foi o pontapé inicial da nossa história. Adorávamos proporcionar aos amigos os prazeres das possíveis misturas levadas ao tacho. Depois de algumas experiências gastronómicas bem-sucedidas, e outras, menos bem… as ideias multiplicaram-se, as variadas combinações foram ganhando forma, e, adaptações das receitas de sempre, foram assumindo cada vez mais espaço.
Hoje quando na brincadeira os amigos nos chamam pasteleiras, ficamos automaticamente com um sorriso na cara :) e isso vale tudo!
É o início…vamos ver onde nos leva!"
AMIGAS & COMPANHIA
Tel.: 968 093 942 ; E-mail: amigasecompanhia.blog@gmail.com
https://www.facebook.com/profile.php?id=100003709198333&ref=ts
"A paixão pelos sabores foi o pontapé inicial da nossa história. Adorávamos proporcionar aos amigos os prazeres das possíveis misturas levadas ao tacho. Depois de algumas experiências gastronómicas bem-sucedidas, e outras, menos bem… as ideias multiplicaram-se, as variadas combinações foram ganhando forma, e, adaptações das receitas de sempre, foram assumindo cada vez mais espaço.
Hoje quando na brincadeira os amigos nos chamam pasteleiras, ficamos automaticamente com um sorriso na cara :) e isso vale tudo!
É o início…vamos ver onde nos leva!"
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