sábado, 11 de fevereiro de 2012

Portugal Gastronómico #83 - Penafiel


(Fonte: Wikipedia)
(fonte: viajar.clix.pt)

Produtos DOP e IGP:


Concelho integrado nas regiões de produção de:
  • Cabrito das Terras Altas do Minho IGP
  • Mel das Terras Altas do Minho DOP

Bebidas:

Vinhos

Concelho integrado nas regiões de produção de:
  • IGP "Minho"
  • DOP "Vinho Verde", Sub-região Sousa
Outras


Produção concelhia:

Doces Típicos:
. Bolinhos de Amor
. Pão-de-ló
. Tortas de S. Martinho

Broa caseira
Bolo de Carne e Pão com Chouriço caseiros
Jeropiga
Licores caseiros
Mel caseiro
Queijo


Produtores / Fabricantes:

Adega Coop. Penafiel - Margem Tâmega, CRL.
Tel.: 255 942 126 ; adegapenafiel@hotmail.com

Caves Monteiros - Vinícola Penafiel, Lda.
Tel.: 255 711 621/2/3 ; pedrodourado@cavipor.pt

CASA DE CABANELAS
Inserida na Rota do Vinho Verde
Cabanelas de Baixo 4560-042 BUSTELO PENAFIEL
Tel.: 255 720 490 ; raquel_gusmao@clix.pt

QUINTA DA AVELEDA
Inserida na Rota do Vinho Verde
Quinta da Aveleda 4560-556 PENAFIEL
Tel.: 255 718 200 ; info@aveleda.pt ; www.aveleda.pt

Padaria Aliança (Tortas de S. Martinho)
Rua Bom Retiro 18, 4560-460 PENAFIEL
Tel. 255 213 572 ; padariaalianca.neto@gmail ; www.padariaalianca.pai.pt


Pratos típicos característicos do concelho:

Arroz de Lampreia de Entre-os-Rios
Lampreia à Bordalesa
Bacalhau com Broa
Pica no Chão (Arroz de Cabidela)
Bazulaque
Rojões com Arroz de Sarrabulho
Cabrito Assado com Arroz de Forno

Sobremesas:
Leite Creme
Sopa Seca


"GASTRONOMIA TRADICIONAL DE PENAFIEL,
Por Maria José Mendes da Costa Ferreira dos Santos

Em Penafiel, os pratos mais típicos são o cabrito ou o anho assado com arroz de forno, o cozido, o sável frito ou de escabeche, e ainda a lampreia, à bordaleza ou em arroz de sangue, tudo bem acompanhado com o excelente vinho verde da região.
Na doçaria, são os doces de feira os que mais se consomem, sobretudo os bolinhos de amor, o pão-de-ló, o pão podre, os rosquilhos, os brinquedos ou os doces de S. Gonçalo. A originalidade doceira de Penafiel é, no entanto, mais bem representada pela sopa seca, o sarrabulho doce e pelas tortas de S. Martinho, muito apreciados por naturais e visitantes, sendo as últimas exclusivas de Penafiel.   
Ao longo do ano, como vimos, as ementas e a dieta alimentar diferem conforme a época. Na primeira das festas religiosas, o Natal, cuja véspera recai ainda em período de jejum, também em Penafiel a preferência vai para o bacalhau cozido, acompanhado de batata, ovos, cenoura, couve tronchuda e grelos frescos, que é a época deles. Esta ementa é também aquela que se prepara para a véspera do Dia de Reis.
Já no dia de Natal se podem fazer dois ou mais pratos. Dominam as carnes e os enchidos que compõem o tradicional cozido, desde o presunto e orelha ao salpicão e chouriços, às carnes de vaca e de porco, acompanhados pelo arroz de forno e grelos. A água da cozedura das carnes é aproveitada tanto para cozer os legumes, como para o caldo do arroz, e dá-se-lhe assim gosto a enchidos e fumados dá um toque refinado, sobretudo se for feito em forno de lenha. Como segundo prato temos o capão, que se escolheu e capou em fins de Setembro, ou o lombo de porco assado, com batata e grelos salteados em azeite, não se dispensando, como sempre, a companhia do arroz de forno. A refeição completa-se com a doçaria tradicional, comum ao Norte do país: as rabanadas (de água, leite ou vinho), os bolinhos de bolina, o leite-creme, os mexidos, a aletria,...
Chegado o Carnaval, novamente o cozido volta à mesa e, no outro dia, o feijão branco com orelheira, salpicão, chouriço, costelas de porco e carne entremeada, muito típico de Urrô, sendo normalmente a sobremesa um leite creme ou aletria.
O início da Primavera e a chegada da Páscoa vêm mudar as ementas dos dias de festa, entrando em linha de conta dois factores: a abstinência do consumo de carnes e a época de desova do sável e da lampreia, característicos da zona ribeirinha do Douro e Tâmega, sobretudo de Entre-os-Rios e Rio Mau.
O sável é especialmente apreciado se for preparado em escabeche, mas também se consome frito e grelhado. Já a lampreia é estufada, podendo ser também ser servida em arroz, juntando-se-lhe, da qualquer das formas, o sangue avinagrado. Hoje é já muito difícil encontrar sável e lampreia devido à construção das barragens, nomeadamente a de Crestuma, que impede a subida do rio por parte destas duas espécies, o que a faz atingir preços bastante elevados, sendo na maior parte dos casos importadas de outras zonas do país, como do rio Lima, por exemplo, e até mesmo do estrangeiro.
O próprio pão reflecte a festa religiosa que se vive, pois é na Páscoa que se fazem, em pão de trigo, as conhecidas “pitinhas” que os padrinhos oferecem como folar aos afilhados.
Por alturas de Abril, ao cabrito ou anho assado com batatas e arroz de forno, como que a abrir o apetite para a festa do Corpo de Deus, antecede uma sopa de castanhas, já “piladas”, que se prepara com presunto e feijão branco, tudo bem cozido e praticamente em creme, dando-se um toque final ao paladar com uma folha de hortelã.
A doçaria completa as ementas pascais, especialmente o pão podre e pão-de-ló, que pode ser seco, à maneira de Margaride, ou húmido, tal como ainda hoje é feito em Penafiel, em Entre-os-Rios ou em Rio de Moinhos.
No final da Primavera, Penafiel entra em ebulição com a festa do Corpo de Deus, que é também a festa do carneiro, ementa obrigatória no dia de Corpus Christi. A importância do consumo do carneiro nesta época está atestada pelas notícias que temos, do séc. XIX, quando na véspera se realizava a feira dos carneiros, onde estes eram mortos e esfolados às centenas para abastecer as casas particulares e as tabernas da cidade.
Também por esta altura se institui o costume da Festa da Toura ou do Carneirinho, tradição que se mantém até aos nossos dias, segundo a qual os estudantes devem oferecer aos seus mestres um carneiro, engalanado e conduzido num vistoso cortejo.
Em pleno Verão, a cidade volta a alegrar-se com a festa de S. Bartolomeu, e a feira das cebolas, onde a população se abastece, para alguns meses, não só de cebolas, mas também de melões de “casca de carvalho”. Como é tempo de muito e bom tomate, este chega também à mesa, em arroz malandro ou farinha de pau de tomate com sardinhas.
E é na época de vindimas, pelo mês de Outubro, que se come um dos mais típicos doces do concelho: a sopa seca, que consiste em fatias de pão embebidos em calda fervida de água com açúcar, canela e vinho do Porto, tudo disposto num alguidar, entremeando com folhas de hortelã e polvilhado com açúcar e canela, sendo depois levado ao forno a gratinar. A sopa seca é a sobremesa tradicional do fim das vindimas, embora também se faça como sobremesa de Natal, sendo parte obrigatória da ementa. Existe mesmo a Festa da Sopa Seca, que se realiza em Duas Igrejas, no dia de N. Sr.ª do Rosário (1º Domingo de Outubro). Outras freguesias também celebram os dias santos com esta iguaria, como Marecos, no dia de St.º André, ou Lagares, no dia de N. Sr.ª da Lapa.
A grande feira de S. Martinho é o exemplo acabado da abundância do final do Outono. É na feira que se provam o vinho novo e as castanhas, e onde mais se comercializam os doces, que desde o séc. XVI eram objecto de venda ambulante nas nossas cidades.
Em todas as feiras e festas se vendiam estes mimos cobertos por uma espessa camada de açúcar branco, sob variadas formas: os Bolinhos de Amor, os rosquilhos, as cavacas, e outros, alguns com formas de animais, como o sardão e a passarinha, ou os doces fálicos de S. Gonçalo, que continham uma mensagem explícita, trocada entre namorados. A esta doçaria ambulante junta-se ainda hoje o pão podre, o doce da Teixeira, a fogaça e outros doces de carácter regional alargado e que se podem encontrar em quase todo o país, em especial no Norte.
O fim do S. Martinho e o mês de Dezembro é também a época das matanças do porco, dos rojões e do sarrabulho, e da preparação do fumeiro para o Inverno, especialmente para o Natal, e ainda das papas de abóbora e da marmelada fresca.
É por esta altura da matança que se prepara um doce de sabor particular, do qual infelizmente se começa a perder a tradição, e que é o sarrabulho doce, que consiste numa espécie de mexidos minhotos, preparado com sangue do porco e banha, cozidos com pão, mel, canela, limão e vinho do Porto.
No entanto, o que melhor caracteriza esta época da grande feira e da principal festa do concelho são as conhecidas Tortas de S. Martinho, ou Tortas de Basto, em que se conjuga um documentado gosto agri-doce à boa maneira do séc. XVII, e que é afinal, tantos séculos depois, aquele que caracteriza estas tortas, feitas de massa fina recheada com picado de carne temperado com noz moscada, e polvilhadas com açúcar e canela, que vos convidamos a provar e saborear, na companhia de um vinho igualmente genuíno."

(do site da C. M. Penafiel)

Restaurantes referenciados:

O Sapo
Estrada de Irivol, 4560 Penafiel
Tel. : 255752326
Pataniscas, bolinhos de bacalhau. Pratos tradicionais do Vale do Sousa. Arroz de forno, cabrito assado no forno, vitelinho no forno, rojões, rabanadas.


Eventos de teor gastronómico:


Agradecimentos:



Bibliografia:
Produtos Tradicionais Portugueses, Ed. M.A.D.R.P, 2001
Guia de Compras-produtos Tradicionais 2011, Ed. QUALIFICA/Publiagro
Vinhos e Aguardentes de Portugal, Anuário 2009, Ed. Instituto da Vinha e do Vinho I.P.
Boa Cama, Boa Mesa, 2011, Ed. Expresso
Guia Restaurantes e Vinhos de Portugal, 2008, Ed. Media Capital Edições

Site da Câmara Municipal de Penafiel (http://www.cm-penafiel.pt)

EM CONSTRUÇÃO - O post irá sendo actualizado à medida que novas informações sejam obtidas.
Achegas e comentários, bem vindos como sempre


Receitas

3 receitas - fonte: http://clubevinhosportugueses.wordpress.com


Arroz de Lampreia
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Número de pessoas: 4
Ingredientes:
1 lampreia pequena ; 2 c. sopa vinagre ; 1 dente de alho ; 1 dl vinho tinto ; 1 dl vinho do Porto ; 0,5 dl azeite ; 2 cebola(s) ; Sal, pimenta, noz moscada, cravinho q.b. ; 1 chávena de arroz ; 3 chávenas de água
Confecção:
1.No dia anterior à confecção do arroz, amanhe a lampreia:
•Escalde a lampreia com água bem quente.
•Raspe a lampreia superficialmente com uma faca afiada para retirar a viscosidade e, com a mesma faca, raspe os”dentes”.
•Dê uns golpes nos oríficios da cabeça, tendo o cuidado de deixar o sangue escorrer para um alguidar, onde se deitou o vinagre.
•Faça-lhe um golpe na barriga para retirar a tripa.
•Corte a lampreia aos bocados e coloque-os no mesmo alguidar, juntamente com os vinhos, a noz-moscada, o cravinho, o alho, o sal e a pimenta.
•Deixe a lampreia nesta marinada de um dia para o outro.
2.Num tacho coloque o azeite, a cebola, os bocados da lampreia e um pouco da marinada. Deixe refogar e passados 15 minutos adicione a marinada restante e meia chávena de água.
3.Deixe cozer lentamente mais 15 minutos, abanando o tacho de vez em quando para não pegar.
4.Acrescente a restante água, deixe ferver e coloque o arroz.
5.Deixe cozinhar durante 20 minutos e está pronto a servir.
Cabrito ou Anho Assado com Arroz de Forno
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Ingredientes para 6 pessoas:
4Kg de anho ou cabrito ; Uma pitada de sal ; Uma cebola média ; 2 ou 3 dentes de alho ; 2 folhas de louro ; 1 colher de sopa de banha ; 1 colher de azeite ; Colorau a gosto ; Meio copo de vinho branco


Para o arroz:
3 chávenas de arroz ; 1 cebola das pequenas


Para a calda:
500g de carne de vaca ; 1 cabeça de alho ; 1 salpicão ; 1 chouriça ; Sal a gosto


Preparação:
Limpa-se o anho de gorduras, lava-se e esfrega-se com sal. Corta-se muito miudinha a assua, que é carne gorda de porco, a salsa, a cebola, o alho e o louro. A seguir junta-se tudo numa caçarola com banha, um pouco de manteiga, azeite e colorau, mexe-se bem. Fazem-se uns golpes no anho, que se enchem com esta mistura, o resto esfrega-se por dentro e por fora do mesmo. Coloca-se o preparado numa assadeira de barro vermelho, onde já se encontra um pouco de vinho branco, azeite e cebola cortada aos pedacinhos. Este preparado fica assim de um dia para o outro. No dia seguinte, leva-se assar no forno de lenha onde, tradicionalmente se coze a “boroa”.


Preparação do arroz:
Coze-se a carne de vaca, a cabeça de anho, o salpicão e a chouriço durante bastante tempo, para fazer com que a calda fique saborosa, tempera-se com sal. Logo de seguida, faz-se um refogado com cebola que baste e azeite a gosto. A cebola é somente para cozer, sem ganhar cor. Depois de cozidas as carnes, coa-se o caldo em que estas foram cozidas e junta-se ao refogado. Num alguidar de barro vermelho, já se deve encontrar o arroz lavado, na proporção de três chávenas. Junta-se a calda e vai sem demora para o forno de cozer “boroa” com um bocadinho de azeite e um ramo de salsa por cima do alguidar.

Sarrabulho Doce
sarrabulho doce


Ingredientes:
500 g de sangue de porco cozido ; 250 g de redenho ; 1 pãozinho ; 50 g de nozes ; 50 g de passas ; 2 colheres de sopa de mel ; 1 cálice de vinho do Porto (facultativo)
Preparação:
Corta-se o redenho em bocados e leva-se a derreter em lume brando. Entretanto, corta-se o pão em quadradinhos e aloura-se no forno. Com uma escumadeira, retiram-se os resíduos do redenho, deixando apenas a gordura. Deita-se aí o sangue bem espremido e esfarelado e deixa-se ferver. Junta-se o pão, as nozes, as passas e o mel. Serve-se bem quente.

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