Para mim este paté é como as amizades de infância: o contacto não é, infelizmente, tão assíduo como gostaria mas cada reencontro é uma felicidade.
Descobri a sua receita em conjunto com os meus mais íntimos amigos há quase trinta anos, numa gaveta de cozinha. Já tinha este título, por isso, à tia Lecas que nunca conheci, o meu mais profundo obrigado por todas as tardes e noites em que, sessões de estudo interrompidas, nos dedicámos a dar cabo de uma dose inteirinha, mais uma garrafa de Quinta da Ortiga e um pão de Mafra estaladiço.
São memórias como esta, de amizade e prazer gastronómico que constroem a minha vida e que lhe dão sentido.
PATÉ DA TIA LECAS
500 gr de fígado de porco
250 gr de toucinho (só a parte branca)
2 cebolas médias
80 gr margarina (ou manteiga; ou ghee)
150 gr farinha
0.5 l leite
2 ovos
2 colheres chá sal
1 colher chá pimenta branca
1 cubo de caldo de carne
noz moscada
1 colher chá pimenta preta esmagada
2 colheres pimenta verde fresca
Passar fígado, toucinho e cebolas pelo robot ou varinha mágica. Derreter a manteiga e juntar à pasta, juntamente com a farinha, leite, ovos, sal, pimenta, caldo de carne, noz moscada e pimenta. Voltar a usar a varinha. Juntar a pimenta verde em grão e mexer com colher de pau.
Barrar um forma de bolo inglês com margarina, colocar a pasta e levar a forno quente (200ºC) durante cerca de 1 hora. Testar a cozedura com um palito.
(Nota posterior: Esta é a receita base. Aceita inúmeras variações de tempero. Não tenha medo de experimentar. Acrescente cogumelos de paris laminados; pinhões; forre com fatias de bacon. Divirta-se e disfrute!)
(Segunda nota: não encontro referências ao vinho Quinta da Ortiga ainda que na memória seja esse o nome. Ter-me-ei enganado? Talvez uma voz do passado me esclareça)
Para registo e memória futura: o vinho da Quinta da Ortiga era (não sei se ainda é) produzido na quinta do mesmo nome, entre Santiago do Cacém e Sines. Agora a quinta tem uma pousada, se alguém estiver interessado em ir lá ver.
ResponderEliminarJá agora, a garrafa referida não era bem só uma, foi mesmo uma caixa. E os pães foram dois, de quilo e meio.
É normal que o autor esteja esquecido. A referida garrafa foi gasta na cozinha, na preparação. E não entrou na receita.
JEM
Obrigado, compadre, por me permitires continuar a acreditar mais um bocadinho na qualidade das minhas memórias!
ResponderEliminarBora lá marcar a tarde para testar os nossos sistemas internos de depuração e reciclagem!