Das andanças estivais pela Beira, ficou por relatar a visita a esta instituição.
O Cortiço é obra de um iluminado que percebeu a tempo (antes do tempo?) a importância da tradição gastronómica na matriz cultural dos povos e a absoluta necessidade da sua preservação num tempo de homogeneização e rápida adulteração dos hábitos.
Dom Zeferino, percorreu (nos anos 70 e 80) aldeias e vilas da região em colecta apaixonada e o resultado está espelhado em muitos dos pratos da ementa.
Bacalhau podre apodrecido na Adega, Bacalhau à lagareiro, Polvo frito tenrinho como manteiga, Polvo à lagareiro Feijocas com todos à maneira da criada do Sr. Abade, Rojões com morcela como fazem nas aldeias, Secretos com arroz de feijão, Cabrito assado no forno à Pastor da Serra, Coelho bêbado três dias em vida, Arroz de pato à maneira antiga, Vitelinha na púcara à lavrador de Cavernães, Aba de vitela à Lafões, Arroz de carqueija,
são nomes que nos impelem a uma estadia prolongada, num desejo de sessões contínuas só desaconselhado pelo perímetro ventral a duras penas mantido...
prepararam o caminho para o triunfo de um oloroso, macio, encandeador arroz de carqueija,
muito bem acompanhado pelo coelho bêbado,
e adoçado por umas farófias correctas.
Espaço acolhedor, "típico" com tectos de madeira e a alvenaria de pedra das paredes deixada à vista, serviço normal, toalha e guardanapos de pano, talheres e copos vulgares.
Nada destacaria este restaurante não fora a excelência da cozinha e a especificidade regional da maioria dos pratos o que torna este cortiço um local de paragem obrigatória na passagem pela cidade.
Classificação: Cozinha: 3,8/5 ; Global: 14,7/20
O Cortiço é obra de um iluminado que percebeu a tempo (antes do tempo?) a importância da tradição gastronómica na matriz cultural dos povos e a absoluta necessidade da sua preservação num tempo de homogeneização e rápida adulteração dos hábitos.
Dom Zeferino, percorreu (nos anos 70 e 80) aldeias e vilas da região em colecta apaixonada e o resultado está espelhado em muitos dos pratos da ementa.
Bacalhau podre apodrecido na Adega, Bacalhau à lagareiro, Polvo frito tenrinho como manteiga, Polvo à lagareiro Feijocas com todos à maneira da criada do Sr. Abade, Rojões com morcela como fazem nas aldeias, Secretos com arroz de feijão, Cabrito assado no forno à Pastor da Serra, Coelho bêbado três dias em vida, Arroz de pato à maneira antiga, Vitelinha na púcara à lavrador de Cavernães, Aba de vitela à Lafões, Arroz de carqueija,
são nomes que nos impelem a uma estadia prolongada, num desejo de sessões contínuas só desaconselhado pelo perímetro ventral a duras penas mantido...
Pão rústico saboroso, uma rija jarra de madeira plena de um redondo vinho do Dão,
muito bem acompanhado pelo coelho bêbado,
Nada destacaria este restaurante não fora a excelência da cozinha e a especificidade regional da maioria dos pratos o que torna este cortiço um local de paragem obrigatória na passagem pela cidade.
Classificação: Cozinha: 3,8/5 ; Global: 14,7/20
Conheço o sítio há muitos anos e já lá tenho de lá saído muito satisfeito.
ResponderEliminarUma dúvida que as fotos me levantaram: o arroz de carqueja pareceu-me um pouco fora da consistência certa, uma falta de densidade ao molho, um pouco a escorrer... ou é só impressão de quem viu mas não provou?
Não foi tanto a densidade do molho, antes o tipo do arroz. Mas o sabor era tão espantosamente apaziguador que relevou o desvio.
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