Henrique Mouro e o Assinatura:
Rigor e simpatia. Disponibilidade e profissionalismo. Paixão e serenidade.
Um encontro com o homem por detrás de um dos grandes restaurantes de Lisboa é este conjugar de sensações. De se estar perante alguém que leva muito a sério a sua dádiva, a ponto de dela obter prodígios, casamentos excelsos, harmonias memoráveis.
Aqui fica um apontamento de algumas das suas ideias
O que é que o inspirou para este menu?
O produto, o produto, o produto. É onde vou buscar a inspiração e de onde nasce tudo. Gosto do produto quando ele é bom e é daí que nasce a selecção. Depois é a técnica o conhecimento que tenho do mesmo e a partir daí é tentar não estragar e extrair dele o que tem de melhor.
Os legumes...
Não precisa ser só carne ou peixe. Consumimos demasiada proteína animal. É um prato diferente mas que faz sentido por estar na mesma linha de trabalho.
A crise e a restauração, como se ultrapassa?
Com trabalho. Sermos fieis a nós próprios. Termos a capacidade de usar produtos menos caros mas com igual possibilidade de alcançar a melhor qualidade. Sem desvirtuar o trabalho e sem baixar a qualidade.
A crise... nota-se um decréscimo na frequência dos clientes, as pessoas estão muito mais contidas. Mas também temos dias simpáticos, temos turistas que vêm à procura da portugalidade...
Notou-se um incremento na procura depois dos artigos do Maribona e do jornal Die Zeit (tradução)?
Claro. Mas é estranho apercebermo-nos que às vezes é preciso ser-se falado primeiro lá fora para a atenção interna aumentar.
A estrela é uma ambição?
Não, sinceramente não. Não vamos mudar a nossa lógica para nos adaptarmos a supostos padrões do Guia. Vamos continuar a fazer assim, como gostamos, como sabemos. Se nos quiserem recompensar, aceita-mo-lo com todo o prazer e muito gosto. Mas não vou mudar. Não me vou vender. E até agora... no final do primeiro ano fomos recomendados. No segundo, vamos ver. Os inspectores já cá estiveram, irão voltar... veremos. O meu compromisso é com os meus clientes.
N.R.: Não foi ainda este ano. Mesmo na perenidade clássica há modas.
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