Peço desculpa, mas o bacalhau não é tradicionalmente natalício cá na minha rua.
Não sei porquê. Passa a porta muitas vezes no ano, transmutado em várias das incontáveis (dizem que, como os queijos do général - que sobre o número duvidava -, há pelo menos uma para cada dia do ano) receitas nacionais mas, vá-se lá saber porquê..., neste dia de aniversário familiar, não.
Para manter as citações em solo gáulio, existe uma aceite detente cordial, entre rissóis de camarão e torta dos mesmos para se alternarem na vertente peixe, enquanto o peru (antes a perua, mais maneirinha que os convivas se vêm reduzindo mercê da vida) oficia (de 24 aos Reis, benza-o Deus que primeiro que acabe é um enjoo) anualmente do lado proteico.
Como a memória já não recita tão bem, pânico há pouco nas hostes culinárias: qual a relação água/farinha para fazer a massa dos rissóis (este ano, rissóis, sim, vê-se mesmo que não leram o post do ano passado)?
Corrida rápida à Dona Mirene, o livro de sempre desde o estado pré-matrimonial da patriarca. É melhor deixar a receita por aqui, mais fácil de ir buscar que o calhamaço que não tem google incorporado e está menos à mão que o futuro i-pad.
MASSA PARA RISSÓIS
1 chávena (das almoçadeiras*) de leite
1 chávena (das almoçadeiras*) bem cheia de farinha
1 colher (das de sopa) de manteiga ou margarina
Sal a gosto
Põe-se num tacho o leite, a manteiga, sal ao paladar e leva-se ao lume.
Logo que levanta a fervura deita-se-lhe a farinha de uma só vez e bate-se com uma colher de pau até ficar numa bola sem grumos.
Deixa-se ao lume a cozer e quando se despegar bem do tacho está a massa pronta.
Estende-se com o rolo da espessura de uma moeda de tostão (**) e em seguida cortam-se os rissóis.
Notas:
* - Ao contrário do que possa parecer, numa almoçadeira não se almoçava; antes se pequeno-almoçava ou lanchava (ou até ceava) de preferência café com leite. Nahhhh, se não gosta de café com leite, não use almoçadeira. Um copo de três para os enófilos ou - hélas - um daqueles copázios versão ikea, para os milk drinkers.
** - Não conhece o tostão (não o grande jogador brasileiro - a versão portuguesa)? Não se preocupe. Um dia destes anda por aí outra vez.
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