(Fonte: Wikipedia) |
(Fonte: viajar.clix.pt) |
Não está integrada na zona de produção de nenhum.
Bebidas:
Vinhos
IGP “Minho”
DOP “Vinho Verde”, Sub-região Ave
Outras
Produção concelhia:
Peixe, marisco. Doces conventuais.
Produtores / Fabricantes:
CONFEITARIAS
Ao Bom Doce
Praça D. João II, 31F, 4480-933 VILA DO CONDE ; 252 631 439
Doce Conde
Rua 5 de Outubro, 119, 4480-739 VILA DO CONDE ; 252 633 155
Doce Santa Clara
Rua 25 de Abril, 142, 4480-722 VILA DO CONDE ; 252 646 803
Doce Santa Clara
Praça Luís de Camões, 68, 4480-719 VILA DO CONDE ; 252 642 793
Sonho Doce
Rua Rainha D. Leonor, 4480-247 VILA DO CONDE ; 252 640 907
Vila Doce
Largo Dr. Cunha Reis, 64 r/c, 4480-712 VILA DO CONDE ; 252 645 514
Pratos típicos característicos do concelho:
Mexilhões à Convento de Santa Clara. Sardinhas assadas no enguiço, Sardinhas de Caldeirada
Pão de Mistura, Pão de Milho
A DOÇARIA CONVENTUAL
Precioso legado das freiras clarissas a Vila do Conde, insere-se na tradicional transmissão pela oralidade, com raros casos manuscritos, de um saber culinário acumulado desde os séculos XV e XVI, no qual se destacam os ancestrais ingredientes como o açúcar, os ovos, a manteiga e as amêndoas e o perfeito domínio da Ars Coquinarae, patente na subtileza da utilização do açúcar e na mistura dos variados temperos e adoçantes.
Na década de 70 do século passado, os Serviços de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Vila do Conde reeditam um pequeno livro no qual são compiladas algumas das preciosas receitas e mencionados alguns dos vilacondenses que até nós fizeram chegar os gestos, cores, cheiros e sabores da cozinha do Mosteiro de Santa Clara, o qual, pela sua raridade, passamos a citar:
“Em Portugal existe uma honrosa tradição em matéria de doçaria que se filia na variedade e boa qualidade dos produtos existentes nas nossas províncias e nos remotos costumes culinários dos principais povos que formaram o “substratum” histórico do País. Sabe-se que já no tempo dos Lusitanos existia o costume de confeccionar com farinha, leite e mel, alimentos de sabor muito agradável e que os Romanos, nas suas tão célebres refeições, usavam largamente bolos constituídos pelas mesmas substâncias. Em vários documentos medievais não faltam referências a muitos produtos da nossa agricultura, - azeite finíssimo, nozes, amêndoas, passas, pinhões, leite magnífico, mel saborosíssimo, variadíssimas frutas, ervas aromáticas, vinhos preciosos, branco e do Porto, etc., - que entravam na composição de diversas receitas de doçaria. Após os descobrimentos portugueses intensifica-se a comercialização dos produtos exóticos e outras substâncias, como o açúcar, a canela, a baunilha, etc., foram aproveitados para o mesmo fim.
Com uma variedade de tantos e tão excepcionais produtos para a doçaria, não é de estranhar o estabelecimento de uma verdadeira Arte que, com as exigências da vida social, se desenvolveu e se fixou.
A partir do século XVI, a arte de doçaria passa a ser cultivada, com esmero requintado, por quase todos os Mosteiros e Conventos existentes no País, criando-se especialidades saborosíssimas e de grande valor culinário. Os doces das casas religiosas, inicialmente destinados para consoadas aos seus protectores civis e eclesiásticos, passaram a ter grande procura, dando origem a uma verdadeira indústria conventual que se tornou afamada de norte a sul de Portugal, e que se constituiu, ao longo de vários séculos, o espanto e a admiração dos estrangeiros.
O Real Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde, um dos mais belos e grandiosos do País, foi das casas religiosas onde a arte de doçaria atingiu o maior esmero e perfeição.
O infeliz decreto de 28 de Maio de 1834, - que apesar de ter sido rejeitado pelo Conselho de Estado, depois de o ter apreciado devidamente, foi referendado pelo Ministro Joaquim António de Aguiar – extinguindo as instituições monásticas, expulsando os frades dos conventos e reconhecendo apenas às freiras o direito de acabarem em paz nas suas celas, trouxe à comunidade religiosa do Mosteiro de Vila do Conde a sua humilhação, o seu empobrecimento, a ruína do seu velho edifício monacal e contribuiu para que a arte de doçaria existente nesta casa perdesse o esplendor que, durante tantos e tantos anos, a celebrizou no Norte do País.
Felizmente, esta iníqua lei, determinada por motivos de ordem política de um partido e não por razões de interesse nacional, não conseguiu eliminar nem esmorecer a vida espiritual da comunidade das Clarissas de Vila do Conde que, cristãmente, aguardaram a sua última hora. Foi graças a perseverante atitude de permanecerem fiéis à vida espiritual determinada pela Regra da Ordem que estas religiosas, voluntária ou involuntariamente, transmitiram algumas das receitas dos seus tão afamados doces.
Com a morte de muitas das freiras existentes em 1834 no nosso velho Mosteiro, viram-se as poucas ainda vivas na necessidade de admitirem jovens para as auxiliarem a cantar os Ofícios Divinos. Estas “Meninas do Coro” aprendiam com as religiosas vários lavores, sendo a algumas delas ensinado, com carinho e especial interesse, a execução dos seculares e afamados doces desta comunidade de Clarissas. As “Meninas do Coro” foram crescendo. Umas casaram, outras abandonaram o Mosteiro e foram para casa de seus parentes. Para ajudar as últimas freiras ficaram a residir com elas três Senhoras, D. Maria Cristina Soares Carneiro, D. Deolinda da Conceição Soares Carneiro e D. Carolina Rosa dos Santos, que para o Mosteiro tinham entrado como “Meninas do Coro”.
Quando, em 21 de Maio de 1892, faleceu a última freira e Abadessa desta secular comunidade todas essas Senhoras foram residir com os seus familiares.
D. Carolina Rosa dos Santos foi viver para a casa de uma sua irmã e, após o falecimento desta, ficou a tomar conta dos seus sobrinhos. Uma das suas sobrinhas, D. Maria Campos, em religião Irmã Maria do Divino Coração, aprendeu com a tia algumas das receitas dos doces do Mosteiro de Santa Clara. Mais tarde, esta Senhora, ajudou a fundar uma Congregação de Religiosas – o Instituto da Divina Providência e Sagrada Família – cujas Irmãs, a quem devemos algumas dessas receitas, estão, actualmente, encarregadas dos serviços domésticos do Asilo de Nossa Senhora da Encarnação, onde têm exercido uma acção a todos os títulos notáveis e a quem não é descabido prestarmos aqui a nossa homenagem e expressamos a nossa sincera gratidão.
DOÇARIA CONVENTUAL
- Cavacas
- Sapatetas
- Empadas
- Tolos
- Rosquinhas
- Beijos de Freira
- Pastéis de Santa Clara (Meias Luas)
- Rebuçados de Ovos
- Sonhos
- Sopa Dourada das Freiras de Santa Clara
- Pão Espécie
DOÇARIA DIVERSA
- Melindres de Vila do Conde (doce do século XVII, ou talvez ainda mais antigo, segundo refere o notável sociólogo e prosador brasileiro Gilberto Freire no seu livro Assucar)
- Súplicas
- Biscoitos de manteiga
- Pão Doce
Vinho Quente
Restaurantes referenciados:
Ramon
Rua 5 de Outubro, 176, 4480-739 Vila do Conde ; 252 631 334
Mexilhões com molho verde, bacalhau esfiado e o presunto serrano. Parrilhada, tamboril à ramon – numa cataplana, com miolo de camarão e ameijoas, acompanhado de batata cozida -, polvo grelhado, açordas (de marisco e de bacalhau). Cabrito assado, pá de porco asssada. Posta à ramon. Doçarias - amorzinhos (folhado com doce de ovos).
Romando
R. Fonte – Areia – Árvore – Vila do Conde ; 252 641 075 e 252 643 219
Lulas com açorda de lagosta. Cabrito Assado no forno, Arroz de Pato, Cozido à Portuguesa, Costeleta de Vitela e, o que foi a nossa opção, Espetada de Novilho em Pau-de-Loureiro.
Forte
Avenida do Brasil, Forte de São João, 4480-659 VILA DO CONDE ; 252 240 600 ; www.hotelfortesjoao.com
Contemporânea/de autor.
Eventos de teor gastronómico:
A nível concelhio:
Mercado Rural, 1.º e 3.º Sábado de cada mês, Jardins da Avenida Júlio Graça
Feira Semanal, Todas as Sextas-feiras, Mercado Municipal de S. João
A nível nacional:
Feira de Gastronomia “Cozinha à Portuguesa”, 19 a 28 Agosto 2011, Jardins da Avenida Júlio Graça
Feira de Actividades Agrícolas “Portugal Rural”, 8 a 11 Setembro 2011, Jardins da Avenida Júlio Graça
Agradecimentos:
Câmara Municipal de Vila do Conde
Bibliografia:
Produtos Tradicionais Portugueses, Ed. M.A.D.R.P, 2001
Guia de Compras-produtos Tradicionais 2011, Ed. QUALIFICA/Publiagro
Vinhos e Aguardentes de Portugal, Anuário 2009, Ed. Instituto da Vinha e do Vinho I.P.
Boa Cama, Boa Mesa, 2011, Ed. Expresso
Guia Restaurantes e Vinhos de Portugal, 2008, Ed. Media Capital Edições
EM CONSTRUÇÃO - O post irá sendo actualizado à medida que novas informações sejam obtidas.
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