Na televisão segue o desde-que-me-lembro-há-sempre Neujahrs Konzert agora em indirecto, quebrado o hábito da matinal emissão. A tradição, no entanto, ainda é o que era e é reconfortante para a minha costela burguesa ser embalado em fundo pela música da grande-époque vienense com interlúdios preenchidos pela voz de Eládio Clímaco. O mundo há-de mudar alguma coisa mas não tanto assim, se continuamos a ter os Strauss, o Clímaco e a marcha Radetzky no primeiro dia do ano.
Ah, a Aústria, esse país de grande império, centro do mundo dos finais de oitocentos até ao começo da Grande Guerra, criador de génios tão díspares como Mahler ou Richard Strauss, Klimt ou Schiele, Freud ou Kafka! Génios um tanto ou quanto empalidecidos pela grandiosidade óbvia de um Wiener Schnitzel ou de uma Apfelstrudel.
Duvidam? Pois em qualquer canto do mundo o matuto mais empedernido pode nunca ter ouvido, lido ou visto a produção de qualquer uma das luminárias citadas mas certamente já se terá deliciado com um filete de carne passado por farinha e frito em gordura ou com uma confecção de farinhas recehada com fruta. E assim se demonstra como a gastronomia é a maior de todas as artes...Dah!!!
Divirtam-se durante todo o ano, levem a vida a sério mas, por favor, não se levem a sério na vida. Ah, e façam-me o favor de ser felizes e fazer felizes todos os que vos cercam. Um belo 2011!!!
WIENER SCHNITZEL (ou a maneira gótica de dizer "Bifes panados")
(Autor: Michael Brauner ; fonte: Time-Life) |
4 escalopes de vitela finos (cerca de 5 mm de espessura)
2 ovos
farinha
pão ralado
banha ou óleo
1 limão
sal
1. Lavam-se os escalopes em água corrente, secam-se e batem-se ligeiramente para espalmar (sugiro a colocação de película aderente sobre o bife para defender a carne)
2. Batem-se os ovos num prato de sopa. Em dois pratos separados colocam-se a farinha e o pão ralado.
3. Passam-se os escalopes em farinha, batendo para sair o excesso, passando-se em seguida pelos ovos. Deixar pingar o excesso de líquido e passar pelo pão ralado.
4. Aquece-se a gordura numa frigideira grande até estar suficientemente quente para assobiar quando nela se coloca um garfo húmido. Colocam-se os escalopes, de maneira a não se tocarem entre si nem nas bordas da frigideira. Fritam-se durante cerca de 4 minutos de cada lado, até dourarem, tendo o cuidado de não os picar. Abanar frequentemente a frigideira de modo a evitar que se peguem ao fundo.
5. Lava-se e seca.se o limão e corta-se em quartos.
6. Colocam-se os escalopes sobre papel absorvente para retirar o excesso de gordura e dispõem-se em pratos aquecidos com os quartos de limão. Acompanha-se com o que se quiser porque casa bem com tudo. Na sua pátria de origem é usual recorrer-se a uma salada de batata ou de pepinos.
APFELSTRUDEL
(Autor: Michael Brauner ; fonte: Time-Life) |
200 gr farinha
1 ovo
1 colher sopa óleo
60 gr passas
2 colheres sopa rum
140 gr manteiga
80 gr pão fresco ralado
1.5 kg maçãs
100 açúcar em pó
1 colher chá canela
sal
1. Peneira-se a farinha num monte sobre a superfície de trabalho., fazendo-se um buraco no meio, onde se deita o ovo, o óleo e uma pitada de sal. Trabalha-se a farinha, misturando bem, até se obter uma massa lisa, acrescentando aos poucos 3 colheres de sopa de água morna, até uma consistência razoavelmente firme. Continua-se a trabalhar, usando as pontas dos polegares, até macia e brilhante. Arruma-se em forma de bola, pincelando-se com um pouco de óleo e, com um tijela invertida por cima, deixa-se descansar durante meia-hora.
2. Lavam-se as passas, secam-se e colocam-se num recipiente com o rum. Aquecem-se 40 gr de manteiga numa frigideira e frita-se o pão ralado até dourado. Deixa-se arrefecer. Descascam-se as maçãs, retiram-se as sementes e cortam-se em fatias. Numa tijela, misturam-se bem com o açúcar e a canela.
3. Sobre um pano grande, bem enfarinhado, coloca-se a massa, tendendo-a o mais finamente possível. Enfarinham-se muito bem ambas as mãos e puxam-se as extremidades da massa com muito cuidado até uma espessura de folha de papel, com uma transparência que permita ler um manuscrito colocado sob ela. Cortam-se as pontas que ficaram mais grossas.
4. Derrete-se a manteiga restante, usando parte para barrar um tabuleiro. Liga-se o forno a 200º C.
5. Polvilha-se a cerca de 2/3 da superfície da massa com o pão ralado, deixando uma tira longitudinal com cerca de 3 cm de largura de cada lado. Barra-se o terço restante com a manteiga derretida. Dispõem-se as fatias de maçã em toda a superfície e, sobre elas, as passas. Dobram-se as tiras sobre o recheio para que este não saia durante a cozedura. Com a ajuda do pano enrola-se a massa a partir do lado contrário ao do terço não recheado. Coloca-se no tabuleiro com a ponta para baixo.
6. Pincela-se com a manteiga derretida e leva-se ao forno durante 35 a 45 minutos, até dourada, pincelando-se com manteiga a cada 1o minutes.
7. Corta-se em fatias com cerca de 5 cm de espessura, polvilhando-se com açúcar em pó, servindo-se quente.
NOTA IMPORTANTE PARA OS NÃO-MASOQUISTAS E IMPERFECCIONISTAS: Pode-se recorrer à massa filo, à venda nos supermercados maiores, em substituição da massa feita em casa.
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